quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Você consegue amar o que é normal?!

Voltando da aula marástica de Gestão Empresarial, Ricardo não aguentava mais ter que escutar sua mãe reclamando sobre seu salário baixo e o mandando mudar de emprego.


' - Mude, mude de emprego, troque suas roupas, faça sua barba e corte seu cabelo...'

Ele sabia que precisava mudar, leu algumas crônicas , alguns livros de auto ajuda e mini textos de autores desconhecidos.
Ele tinha certeza que era preciso mudar de alguma maneira, e não era seu cabelo ou suas vestes.
Mas ainda não sabia ao certo o que era.
Tinha uns amigos legais, umas meninas bonitas na cola , não tinha dividas , nenhum vicio e era bonito.

O problema do cara é que ele foi se apaixonar não pelas garotinhas que tinha na cola dele, talvez esse fosse o problema maior: elas na cola!
Ele gostava do erro, do que era estranho o que ele ainda não possuia.
Dai veio Clarinha, você olhando dessa maneira um nome tão doce não é mesmo?
Mas a real é que a menina não era nenhum cartão postal, fumava, bebia e era ridicularmente encontrada em festas fora do normal, que a mesma nem lembrava que tinha ido.

Ficava esperando, marcava de encontrar com ela e a garota não ia, e sabe o melhor de tudo?
O cara só ficava mais gamado nela.

Ricardo pegou um papel e começou a rabiscar o que estava sentindo.

'' Ela era estremamente sedutora, o sorriso e o olhar tão fatais quanto seu perfume; Ah o perfurme tão profundo que mal o consigo tirar do pensamento, nada me atinge quando penso nela e o desejo que tenho por seus beijos, cresce quando lembro do seu charme da maneira que seus lábios se movimentam. Não ha eloquencia pro que eu sinto quando estou perto dela. Alimento um vicio que eu sei que é inconstante, não tenho certeza se quer do endereço dela quanto mais do minimo de sentimento que seja. Suas mãos tão macias nem parecem cometer tamanho pecado que é sujar-se com o cheiro horrendo de drogas alucinógenas e eu vivo, eu sinto eu morro simplesmente com uma e por uma única droga: O meu desejo por seus beijos...E eu já não sei se a mudança que falta a conquista ou não mas eu quero mudar eu preciso mudar...''

Aquilo não possuía mais só os pensamentos de Ricardo, como seu cotidiano passava e a procurava em diferentes lugares, ia pra festas que poderia encontra-la. E aquilo se complicava a cada vez que se viam, não existia o minimo de empatia sequer entre os dois, mas o sentimento dele sendo passageiro, temporario ou não, crescia e só.

Olhando uma situação como essa qual o fim que você imagina que vá possuir?
Quando se procura um motivo, um fim para que possamos sentir alguma coisa sendo ela a menor que seja por alguém, é compreensivel que não a encontremos.
A petulância que te deixa louco de desejo, as palavras que te deixam imóvel ou sem a minima coerência do que se esta fazendo, tudo isso te deixa confuso em meio ao contexto do que o amor é na verdade. Não existem fatos que comprovem o que o amor é.


Tudo em todos os diferentes casos, é diferente.
Nada é igual, eu não sou como você e consequentimente não
amarei como você, é tudo uma questão de personalidade
de novidade e de modo geral as pessoas amam aquilo que
não conhecem , aquilo que elas ainda não possuem,
mesmo todas elas seguindo a tese de que:
Só realmente se ama aquilo que se conhece (...)

E a mudança que ele procurava pro seu cotidiano
começou a fazer sentindo quando ele percebeu que a queria
não para fazer parte do mesmo mundo que ela, para traze-la pro
mesmo mundo que ele... se é que me entende.




Pois um beijo :*


sábado, 6 de setembro de 2008

A procura de um mistério!

Alfredo estava cansado...tinha acabado de chegar do trabalho e logo depois de ouvir mais de 300 clientes perguntando como estava a situação da bolsa de valores, o que o impressionava ( e quem sabe até você mesmo, o leitor ) é que não era o cansaço do dia que o atormentava, e sim a voz do seu subconsciente que o acusava de inumeras coisas dentre elas: ''conquistadorzinho de quinta'' .
Estava atordoado andando de um lado pro outro, e suas mãos estavam tão inquietas quanto seus batimentos cardíacos...
Havia uma moça, uma não... 4 moças... Todas muito belas, de boas famílias , inteligentes , honestas e todas tinham algo em comum : Eram apaixonadas pelo mesmo cara!
Quando a informação é passada dessa maneira, você imagina que ele é um garanhão, e que não tem culpa de nada, não é mesmo? Apenas as garotas gostam dele ué..
Engana-se! Alfredo não era tão boa pinta assim, mas era inteligente, simpático, gostava de ler , era carinhoso, atencioso, adorava mpb e gostava de mandar flores. Apesar dos paparicados bem diferenciados, ele não era do tipo chiclete. Ao olhar assim, o cara era perfeito, não é mesmo? A mistura do mediano com algumas qualidades fundamentais, o fazia se tornar único; Um cara desse tipo, atordoado???!!! como pode?! E ainda com 4 mulheres caindo aos seus pés? o que mais ele queria? Era só escolher com qual delas ele iria ficar e pronto! plim acabou o mistério!
Tudo parecia tão simples, mas para Alfredo, quanto mais o tempo passava, mais as coisas ficavam complicadas. Ele tinha tudo o que queria, um bom emprego , uma familia legal , amigos que o acompanhava de longa data! E onde estava o problema da vida dele? nas 4 mulheres? O problema não estava nelas, o problema era ele. Tanto encanto no início e tão pouco sentimentalismo depois de possuí-las. Ele realmente não sabia o que fazer. E você ? o que sujere a Alfredo?


Quando vemos um assunto tão relativo como esse, percebemos que as coisas mais complicadas se tornam simples aos olhos dos que não vive o determinado assunto.
O fato dele ser aparentimente um cafajeste por conquistar as 4 moças, não o torna um inescrupuloso mal carácter, apesar de sentir o calor do corpo de todas as moças, de maneira quente e decisiva, Alfredo possuía uma ânsia compulsiva por mistério. Ele jamais tivera encontrado mulher capaz de o conquistar todos os dias, fazendo com que ele se sentisse o mais amado das criaturas de maneira moderada. Cada dia algo novo, cada dia um novo romance, sem perceber que era o mesmo de ontem. E que o deixasse com medo, inseguro... Pode parecer contraditório, mas na maioria dos casos de traição, infidelidade e indesisão é a monotonia dos relacionamentos é que leva a vitima a cometer o pecado. No caso de Alfredo não era só isso, ele queria mais, muito mais, possuir o corpo e não só o corpo como os pensamentos das moças e logo depois do pensamento, a alma, queria todos os misterios decifrados, era um autêntico admirador do desconhecido. E quando não havia mais mistérios as garotas ofereciam o corpo, como prova do desejo que as envolvia, por ele, e logo depois disso não passavam de mais uma.

Com essa pequena ''historinha'' você pode perceber que a perfeição não é algo capaz de prolongar sentimento, até mesmo por que ela não existe. Quantos Alfredos existem no mundo? Sentindo-se sozinhos e numa procura incansável pelo desconhecido, ou por um sentimento que prolonge dentro de si? O Alfredo dessa historia, não queria uma mulher perfeita, ele queria um relacionamento imperfeito, que o fizesse descobrir o melhor e o pior da pessoa, sem sentir a certeza de que já sabe tudo e que não existe mais nada pra descobrir sobre ela. E quando trata-se de misterio, não é esconder seu endereço nem seu numero de cpf, é direcionar olhares, que deixem com a sensação de que aquela pessoa não é a que você conhece, mais sim a que você quer conhecer. Era isso que Alfredo queria. Essa era sua ânsia.

Agora, pare, olhe em volta e pergunte-se :
- Você também é um Alfredo?



* Pois um beijo :* -*

sábado, 30 de agosto de 2008

' Meu cotidiano & o garoto das fotos '

Quando se trata do cotiniado você já imagina que eu vou falar do preço do dolár, de como o câncer está matando mais do que doenças cardiovasculares ou de qualquer assunto que te faça dormir não é mesmo? O fascínio de todo pré - julgamento encontra-se justamente nos seus olhos presos aqui, isso mesmo na curiosidade que te aguça, e posteriormente joga pela janela todo o seu pré julgamento. Pois bem, o feliz de todo esse inicio é que eu não vou falar de nada disso...

Esses dias estava saindo da casa de um amigo quando na parada de ônibus reparei um garoto de vestes humildes, tirando fotos numa câmera digital de último modelo. Não hipócrita confesso que me afastei, atravessando a rua e indo esperar o ônibus do outro lado... Era aparentimente um dia normal como todos os outros do meu 'cotidiano' ; quando avistei o ônibus voltei a parada de inicio e o garoto pegou o mesmo transporte que eu... O 'EMPURRA EMPURRA' e a super lotação me deixava receosa em ficar perto do garoto, mais foi justamente o que me aconteceu. Minha mão não saia do bolso e meu celular até então estava super bem protegido.

Naquele dia repensando sobre o que me rodeava percebi que o marasmo da minha vida tava afetando meus relacionamentos... Todas as manhãs acordando com o ' trrrim ' da ligação do garoto que eu estava ' pegando', tava me fazendo abusar do toque do celular e não só dele como do garoto também... Logo depois o stress da minha aula de matemática e o abuso da tarde nas aulinhas de inglês realmente não estava me fazendo bem... Minha cara fechada de quem ' comeu e não gostou ' era perceptível e eu sentia que nada iria mudar o momento...
Pois bem, quando se trata de um assunto comum desse tipo é aceitável que você vá olhar seu orkut e atualizar sua pág de recados, mas creio que você queria ver o fim dessa monótona crônica.

O 'bus' continuava lotado e quanto mais passavam-se as paradas mais perto do garoto eu ficava, que por sinal não parava de tirar fotos nenhum segundo.
Todos imaginavam que a câmera só poderia ser roubada ; algumas pessoas atrás comentavam baixinho umas com as outras...
cheguei na parada que iria descer e o garoto me acompanhou...
Nossa eu tremi.. estaria ele armado?
Andando em passos largos eu percebia o garoto logo atrás e o mesmo continuava a tirar fotos!

Em uma das minhas olhadas pra trás percebi um grupo de caras mal encarados juntando-se a ele, imaginei que fossem seus amigos... Mas peraê!!! tinha algo estranho por que seria que eles estariam tomando o que ele acabou de roubar?
Parei e fiquei olhando, percebi que o garoto estava desconsolado gritando ' Ladrões Ladrões peguem os ladrões '
Ué mais não era ele? Juntava-se um amotoado de gente ao seu redor e eu aproveitei pra averiguar...
Chegando perto ele gritou olhando em minha direção

' - Moça Moça você viu?? Eles me assaltaram ' -

Eu me arrepiei toda e perguntei '

- Você não os conhecia? '
- Não!! Eu tinha acabado de comprar aquela máquina, passei 3 anos juntando meu suor para possuí-la e agora se foi -

Naquele momento meu coração apertou de fato e na minha garganta senti um nó que
quase não o respondia.

- Sim sim eu vi... -

imediatamente prestei todo o socorro ao garoto (...)

Pois bem, lembra-se do pré - julgamento?
Aquele que você logo fez no ínicio do texto... Foi o mesmo que eu fiz ao garoto...
Percebo que a vida te mostra inúmeros casos e provas de que você deve vive-la
com o encanto de uma criança. Talvez o teu cotidiano te faça tomar atitudes que
posteriormente te causem um frio na barriga de arrependimento.
Mas o que te deixa com a consciencia limpa é de que quanto mais você vive mais você aprende
e que quanto mais coisas você acha que conhece mais coisas você percebe que ainda tem que conhecer. Porém vale a pena lembrar que se você se julga conhecer muitas coisas ainda jovem, creio eu que o seu cotidiano e o marasmo da sua vida anda pior do que o de muita gente.

A glória e o encanto das coisas estão naquelas que ainda são desconhecidas!


pois um beijo :*